Doceria Bananada Itanhaém

Uma visita à Bananada Itanhaém é como entrar em uma máquina do tempo. Inaugurada na década de 1930, a loja preserva boa parte da estrutura e da decoração originais, além do método de produção. As embalagens ainda são fechadas com cola de maisena, em vez de cola industrial, e o logo permanece o mesmo. Fundada por um italiano, a fábrica foi o primeiro estabelecimento comercial de Itanhaém. Em 1967, foi adquirida pelo imigrante iugoslavo Risto Dobrevski, cuja família a possui até hoje. A história da família Dobrevski é digna de uma série. O irmão de Risto fugiu para o Brasil como refugiado da guerra civil na antiga Iugoslávia no final da década de 1940. Após 20 anos sendo considerado morto pela família, entrou em contato com os parentes na terra natal e trouxe o irmão para o Brasil. Risto veio primeiro, com o filho mais velho, e, quando comprou a fábrica, trouxe a esposa e o casal de filhos que haviam ficado. Svetlana, a única garota dos três filhos da família, chegou ao Brasil aos 12 anos sem saber uma palavra em português. Aprendeu rapidamente a língua, fez duas faculdades e hoje divide seu tempo entre o escritório de advocacia, a imobiliária e a fábrica de bananada. Apesar da correria, nunca pensou em abandonar o negócio. “O dia em que eu não venho parece que fica faltando algo”, afirma Svetlana. Com a ajuda de funcionários que a acompanham há décadas, Svetlana produz uma receita de bananada que conquistou gerações ao longo de quase cem anos. “O doce é feito com a banana nanica, sempre, porque é a que dá um sabor melhor e é mais suculenta. Já tentamos usar a prata e a maçã, mas ficaram pegajosos e com outro gosto”, explica Svetlana. O ingrediente vem de fornecedores da região ou do sítio da família. As cascas e sobras retornam para os produtores adubarem o solo e alimentarem o rebanho. O resultado é uma bananada única, com sabor delicado e textura macia.

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